3 de março de 2011

Escher



Texto by Rommel Couy

Manobras visuais, "esferizações", metamorfoses, ilusões de ótica, cálculos matemáticos....

No "Mundo Mágico de Escher " peixes e água se transformam em céu e pássaros. Lagartos vermelhos e pretos repetidos em forma circular e cada vez menores, formam um núcleo de energia concentrada, um *olho do furação* que parece nos sugar para dentro da imagem...

Já as formigas, dispostas em um espiral, parecem querer nos contar onde começa e termina o infinito....

Mas no " Mundo Mágico de Escher ", repleto de jogos de espelhos, geometria e filosofia matemática,

tentar descobrir exatamente onde estão as margens, os contornos, os planos, os verticais ou as profundidades é perda de tempo ...

Se jogar no labirinto entre ficção e realidade proposto por Escher é um privilegio!

Então....debaixo dos mais de 35 graus do verão do Rio a gente se sente uma “Alice” ao descobrir no buraco de um tronco de árvore, no nosso caso o maravilhoso prédio do CCBB no centro do Rio,, um portal para um mundo onde tudo harmonicamente parece fazer sentido, o *Mundo Mágico de Escher *.

Primeiramente fomos conduzidos até aqui pelas calçadas de mosaico português da cidade, já no andar térreo, sob arandelas de cobre dos lustres em torno da grande cúpula e o belo piso de mármore que hora me lembra Pompéia e hora o piso da sala da minha avó.

Em seguida tomamos os elevadores de grades e losangos dourados, pilotados por ascensoristas envolvidas em suas palavras cruzadas bem quadradinhas....

Finalmente chegamos ao piso da exposição e ao Portal principal desse jogo de “entradas e saídas”, “dias e noites” ,

“ladrilhamentos e metamorfoses” proposto por Escher “. Desde o primeiro trabalho em nosso campo de visão, Escher consegui criar com maestria realidades que a primeira vista nos parecem familiares e possíveis,apenas um gato de pelúcia quem sabe...

Em um segundo olhar mais cuidadoso percebemos que de fato não podem existir.

Afinal, a “alma do mundo mágico de Escher” se revela quase sempre após essa segunda olhada... Um segunda conferida, movidos, na maioria das vezes, pelo espanto provocado, seja por sua genialidade, seja pelo “acaso” da vida de todos nós!

Lá então um crânio dentro da íris cônica de um olho ou um gato perpendicular a uma parede de espelhos, e que numa segunda olhada, suga você para dentro desse quarto....

Segundos depois, lá está você de ponta a cabeça fazendo parte do mundo de Escher sem deixar o mundo do Rio.Neste "Mundo mágico", os vínculos entre tempo, espaço, eternidade, superfície, desenho são meros detalhes de uma realidade matematicamente organizada.

Escher, nascido na Holanda, um pais plano como um tabuleiro de xadrez, onde quase sempre se consegue ter uma noção claro das distancias e das perspectivas entre um cavalo e um rei, consegue usar com maestria tanto as lições de perspectivas infinitas que aprendeu com as montanhas e a paisagem acidentada do sul da Itália, quanto o balanço da linha do horizonte a bordo de uma cargueiro rumo a Ahlambra.

Um imperdível mundo mágico e ladrilhado em cartaz até dia 27 de março no centro do Rio de janeiro.


Rommel Couy (comovido com a exposição aqui no Rio)


Nenhum comentário:

Postar um comentário